Dom Casmurro — Resenha

10 de agosto de 2022 - Regiane Silva

Kindle Paperwhite com a capa de Dom Casmurro em uma estante de livros e um ursinho e uma bonequinha decorativos.
Kindle Paperwhite com a capa de Dom Casmurro em uma estante de livros e um ursinho e uma bonequinha decorativos.

Livro: Dom Casmurro

Autor: Machado de Assis

A primeira publicação foi em 1899

Páginas: 287

Nota: ⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Dom Casmurro, de Machado de Assis, é uma das obras mundialmente célebres da literatura brasileira. O romance trata das memórias do narrador-personagem Bento Santiago, o advogado recluso e calado que recebe e adota o apelido mencionado no título da obra. Com a sutileza que lhe é própria, Machado de Assis explora as incongruências desse personagem, deixando transparecer sua insegurança e ciúme. As ambiguidades de Bentinho moldam o mais famoso “narrador não confiável” da nossa literatura.

Caderno com anotações sobre o livro.
Caderno com anotações sobre o livro.

Resenha:

Sabe aquele gosto amargo que fica na boca quando você ouve algo que não absorve bem? Foi mais ou menos assim que fiquei quando li a última página de Dom Casmurro.

Inicialmente, não gostei. Odiei a história, tive muita pena de Capitu, pois comecei a leitura com a ideia de que ela era inocente (após ler tantas resenhas de pessoas que tinham essa opinião). No entanto, após me acalmar e pensar mais a respeito da história, concluí que Machado de Assis é um gênio, porque o livro cumpriu a ideia.

Temos apenas um narrador na história, o próprio Bentinho. É relatado tudo do seu ponto de vista, de uma maneira que parece que estamos lendo uma biografia. Acho que foi por esse motivo que me senti tão mal após a leitura, visto que tudo parecia muito real. Ainda me dói o peito ao pensar na Capitu.

Acredito que todo mundo que ler esta resenha saberá do que se trata a história. É a típica pergunta: Capitu traiu ou não Bentinho?

Sinceramente, eu não acredito na traição. Ela o amava, fez de tudo para ficarem juntos, mesmo sendo uma garota com gênio difícil e mandão. Entretanto, Bentinho narra seu olhar sobre a história, não dando oportunidade de defesa para a esposa. E estamos falando de um homem extremamente ciumento, muito moldável, sem opinião própria, vivia debaixo da saia da mãe, fraco e cabeça dura. Era irritante como ele tinha a necessidade de agradar a todos e nunca dizer o que realmente queria, na verdade, nem ele sabia o que realmente queria.

O que ele fez com Capitu e o filho não é perdoável para mim. E se ela traiu, foi merecido.

Demorei a engatar com a história. O começo é interessante, mas a partir do momento que ele vai para o seminário até sua volta foi uma tortura ler. No entanto, após o casamento dos dois, não consegui parar de ler.

Tive momentos divertidos como: o primeiro beijo; o momento em que Bentinho teve certeza de que era homem; o dia em que ele estava feliz após ver Capitu, mas teve de ir à casa de um amigo ver um defunto, e os planos dele e de José Dias para livrá-lo da promessa da mãe.

Dou quatro estrelas justamente por ter me deixado tão mal o desfecho. Machado foi muito inteligente ao criar essa história que faz a gente duvidar em alguns momentos sobre qual é a verdade. Mas fico com a minha verdade: Capitu não traiu, e Bentinho era um homem patético.

A escrita de Machado de Assis não me deu vontade de ler as outras obras, mas quem sabe algum dia darei mais uma chance.

E você, leitor, acredita ou não na traição de Capitu?

Alguns trechos da história grifados no livro.
Alguns trechos da história grifados no livro.

Amai, rapazes! E, principalmente, amai moças lindas e graciosas; elas dão remédio ao mal, aroma ao infecto, trocam a morte pela vida… Amai, rapazes!

Ouvia-lhe contar que sonhava comigo… Capitu um dia notou a diferente, dizendo que os dela (sonhos) eram mais bonitos que os meus, eu disse-lhe que eram como a pessoa que sonhava… Fez-se cor de pitanga.

Capitu era Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem.

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Foto Regiane Silva Regiane Silva

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