Livro: Leitura de Verão;

Autora: Emily Henry;

Editora: Versus;

Publicado em 2022;

Páginas: 364;

Nota: ⭐⭐⭐⭐

Sinopse:

Augustus Everett é um aclamado autor de ficção literária. January Andrews escreve romances best-seller. Enquanto ela cria seus “felizes para sempre”, ele mata todos os seus personagens.

Eles definitivamente são polos opostos.

A única coisa que têm em comum é que, durante três meses, vão morar em casas de praia vizinhas, ambos falidos e paralisados por um bloqueio criativo.

Até que, em uma noite nebulosa, uma coisa leva à outra e eles fazem um acordo que tem o objetivo de arrancá-los da zona de conforto: Augustus vai passar o verão redigindo um livro com final feliz, e January vai escrever o próximo clássico da literatura. Ela vai levá-lo a viagens de campo dignas de uma comédia romântica, e ele a acompanhará em entrevistas com sobreviventes de um culto de suicídio (obviamente).

Cada um vai finalizar um livro e ninguém vai se apaixonar. Será?

Resenha

Quando encontro livros em que os personagens são escritores, não perco um segundo pensando se devo ou não iniciar a leitura. Eles já estão garantidos em minha lista, colocando-os no topo para serem lidos o mais rápido possível.

Gosto de entrar na cabeça de outros escritores. Ver que eles também têm as mesmas inseguranças que eu, me ajuda a entender melhor o que se passa comigo.

Quando decidi ler Leitura de Verão, o que mais me chamou atenção na narrativa foi os personagens serem escritores. Isso já me prendeu rapidamente.

January é uma fofa mulher de 29 anos que acabou de perder o pai e descobriu que ele não era quem ela conhecia. Praticamente sem um centavo no bolso, ela se muda para a casa de veraneio do pai em busca de respostas. Lá, ela tem que se esforçar entre a dor da falta dele, a raiva devido aos segredos e a obrigação de trabalhar no próximo livro, afinal ela precisa de dinheiro para viver.

O que January não cogitou é que seu vizinho, um antigo colega de faculdade e um autor de sucessos, entraria em sua vida para deixá-la ainda mais confusa. January é sonhadora e romântica. Já Gus não acredita no amor e tem um ponto de vista negativo sobre a vida. É neste impasse que eles decidem trocar os papéis: Gus terá de escrever um romance romântico, e January, um livro de ficção que não tenha exatamente um final feliz.

A história é cheia de referências de músicas e filmes. Isso não me tocou muito porque eu não conhecia metade do que era citado. Porém, a interação dos dois era muito divertida. Os diálogos eram carregados de deboches, sarcasmos e alfinetadas.

Gus é um homem muito misterioso, e isso vai quebrando January aos poucos, já que ela se considera um livro aberto, mesmo que não seja essa sua intenção. No entanto, conforme passam o tempo juntos, cada um ensinando ao outro a respeito daquilo em que são bons na escrita, vão descobrindo um pedacinho novo do parceiro e de si mesmos.

Leitura de Verão é leve e divertido, embora tenha momentos sérios, nos quais os personagens têm que lidar com as questões que estão travando suas vidas.

January me representou como escritora. Em meio ao bloqueio criativo e com a aposta de escrever um livro diferente, ela utilizou a escrita como uma maneira de descarregar tudo que havia dentro dela. Acompanhar sua rotina de escrita só me deu vontade de continuar escrevendo o meu livro.

E você já leu Leitura de Verão?

Trechos

Eu nunca conheci alguém que seja tão perfeitamente minha pessoa favorita.

Isso foi o que eu sempre amei na leitura, o que me levou a escrever em primeiro lugar. Aquela sensação de que um novo mundo estava sendo girado como uma teia de aranha ao seu redor e você não podia se mover até que a coisa toda se revelasse para você.

Essa é a chave para o casamento. Você tem que continuar se apaixonando por cada nova versão um do outro.

Às vezes a vida é muito difícil. Às vezes, exige tanto de você que você começa a perder pedaços de si mesmo enquanto se estica para dar o que o mundo quer receber.

Sabe, talvez a razão de você não ter conseguido terminar o seu livro seja ficar se perguntando o que as pessoas querem ler, em vez de se perguntar o que você quer escrever.